15 setembro 2025 - 09:50
A 18ª Carta de Nahj al-Balaghah: Um Alerta para Todos os Responsáveis do Governo Islâmico

A 18ª carta de Nahj al-Balaghah, embora tenha sido escrita para Abdullah ibn Abbas, o então governador de Basra, deve ser vista como um alerta para todos os responsáveis governamentais ao longo da história. É um aviso que, ainda hoje, deve ser o princípio orientador de cada indivíduo que ocupa um cargo ou responsabilidade nos diferentes aparelhos do sistema islâmico.

De acordo com a Agência Internacional de Notícias Ahl al-Bayt (a.s.) - Abna, o Imam Ali (a.s.), após a Batalha do Camelo e a tomada da cidade de Basra das mãos dos apoiadores de Talha e Zubayr, nomeou "Abdullah ibn Abbas" como governador de Basra.

Se olharmos para o que é narrado do Comandante dos Fiéis (a.s.) em Nahj al-Balaghah apenas como um evento histórico, a possibilidade de usar essas palavras para guiar a si mesmo e aos outros se torna inviável. No entanto, cada pessoa que se considera um muçulmano xiita e que considera o Comandante dos Fiéis (a.s.) como seu líder e guia deve se ver como o destinatário de cada uma de suas palavras e se esforçar para encontrar o caminho adequado para aplicar essas palavras em sua própria vida. Dessa forma, essas palavras transcendem a mera descrição de um evento histórico e podem servir como uma luz que ilumina o caminho para a felicidade de si mesmo e dos outros.

Na 18ª carta de Nahj al-Balaghah, o Imam Ali (a.s.), ao alertar ibn Abbas para a necessidade de ter paciência com o povo de Basra, diz o seguinte:

  • “Trata-os com benevolência e desata o nó do medo e da aversão de seus corações.”

Em outra parte desta mesma carta, ele repreende seu governador pelo tratamento inadequado dado à tribo de Banu Tamim e pede que ele seja mais tolerante com eles.


A Lição Essencial para o Mundo Moderno

Se quisermos ter uma visão social desta carta, a frase final pode ser a solução para as necessidades atuais e futuras de qualquer pessoa que tenha uma responsabilidade no sistema islâmico:

  • “Ó Abul Abbas! Que Deus tenha misericórdia de ti! Sê tolerante e comedido naquilo que tua língua e tuas mãos realizam, seja bem ou mal, pois somos parceiros nisso.”

Em outras palavras, o Imam Ali (a.s.) pede a cada pessoa que tenha uma responsabilidade no governo islâmico que seja "comedida" e "tolerante" diante das necessidades e palavras ríspidas do povo. Ele também pede que a pessoa se lembre de que o "Imam" e o Wali (governante) daquela sociedade são parceiros nos resultados, bons ou maus, que são gerados pelas mãos e pela língua de um agente governamental.

Assim, se essa pessoa — que trabalha como agente, responsável ou gerente em uma das instituições do sistema islâmico — acreditar que qualquer atividade apropriada e digna dela tem um impacto direto nos objetivos elevados do governo islâmico e em seu líder, é natural que ela seja "diligente e atenciosa com o povo" no cumprimento de seus deveres. Da mesma forma, se ela tiver a certeza de que qualquer negligência em suas obrigações tem um efeito direto, mas negativo, sobre a reputação do governo e do governante islâmico, ela certamente reconsiderará suas ações inadequadas.

De qualquer forma, nenhum agente do governo islâmico deve esquecer esta frase do Comandante dos Fiéis (a.s.):

  • "Naquilo que é feito por tuas mãos e por tua língua, seja bem ou mal, sou teu parceiro."

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